terça-feira, 23 de novembro de 2010

Templo do amor

"E o demônio em vestes negras observa
Meu anjo da guarda se afasta
A vida é curta e o amor sempre termina pela manhã
Vento negro sopra me levando para longe..."



Querida? Você está pronta?
-Sim, meu amor. Estou arrumada e cheirosa. Espero fechar um bom negócio hoje. Pena não poder ir comigo.
-Eu só te atrapalharia. Pode ir que eu cuido das crianças.
-Ainda dá tempo de jantar com vocês. Podemos?
-Claro, podemos sim.
Amanda desceu até a sala de jantar. Suas crianças esperavam na mesa, juntas com seu fiel marido. Sorriu para os três, em especial para sua menininha linda. Chamava-se Cindy. Uma exigência do pai.
-Hoje mamãe chegará meio tarde. Sejam obedientes, hein?
As duas crianças olharam para o pai com cumplicidade. Acho que aprontariam hoje...
-Pode ir tranqüila, querida. Apenas deixe o celular ligado. As crianças ficarão bem.
Amanda então concentrou-se na comida. Costumava alimentar-se muito bem, a fim de manter sua performance.
-Mamãe.
-Sim, minha filha?
-Traz uma gostosura para mim? Algo bem doce, beem grande, beeem recheado?
O pai soltou uma gargalhada, e acariciou a cabeça de sua filha. Soltou um olhar vibrante para a matriarca Amanda. Era uma mulher e tanto. Muito bonita mesmo! Ainda não entendia o que Amanda via nele. Poderia ter o homem que quisesse, mas vivia com ele. Apenas pediu uma coisa, que ele se lembrava perfeitamente: "Nunca me faça perguntas."
-Claro que mamãe trará, amorzinho. Para você e para seu irmão! - disse Amanda, interrompendo os pensamentos do marido. Levantou-se da mesa, e deu um beijo em cada filho, e depois um apaixonado em seu marido, e saiu da sala de jantar.
Quando a porta principal da casa se fechou, após a saída de Amanda, o menino olhou para o pai e perguntou, com toda a inocência de seus sete anos de idade:
-Papai, será que ela demora para voltar?
Meia-hora depois, Amanda estava sentada em frente a um casal, à meia-luz. O ambiente estava meio esfumaçado, mas ela sabia que não era cigarro. Uma névoa esquisita, sem cheiro algum. Quis esquecer esse detalhe, e então falou com o homem:
-Regra número um: Não pode me deixar marcas. Eu odeio arranhões, chupadas ou beliscões!
-Algo contra mordidas? - sorriu Evan.
-Desde que não me deixe marcada, nada contra. Regra número dois: Sempre com camisinha! Você pode introduzir o que quiser em mim, onde quiser, mas sempre com camisinha, certo?
-Você é uma prostituta chata... - o homem concluiu.
-Tem mais uma coisa. Eu não engulo esperma. Não importa o preço que você pague.
-Que porra, Claudia! Você arranjou uma mulher muito exigente! - explodiu Evan.
-Digamos que ela foi bem recomendada, querido.
Amanda sorriu:
-Modéstia à parte, eu só freqüento os melhores lugares, com as melhores pessoas. Comigo vocês podem ter certeza de trabalho bem feito, e sem risco de pegar doenças. Faço exames periódicos.
-Como se eu me preocupasse com contaminações...
-Quieto, pare de resmungar Evan! Eu gostei dela. Tão bonita, tão saudável...
-Você transaria com minha mulher? - perguntou Evan.
Amanda ajeitou-se na cadeira, enquanto olhava demoradamente para Claudia. Parecia analisar tudo. Suspirou e por fim falou:
-Claro. Você tem uma linda esposa.
-Então leve-a para nossa suíte, querida.
Claudia levantou-se, e pegou a prostituta pela mão. "Quente". Entraram na suíte, luxuosa, com o teto em forma de pirâmide transparente. A luz do luar banhava a cama. Amanda, a senhora "freqüento os melhores lugares", não pôde deixar de admirar:
-Nossa, quanto requinte! Que lugar é esse? O templo do amor?
-Não querida, é o templo do sexo mesmo. Amor é a pior lenda em que podemos acreditar.
Amanda deu uma risadinha amarela, e as duas mulheres aninharam-se na cama. Evan entrou depois e fechou a porta. Sentou-se num banquinho à distância, quieto.
-Vou te devorar, você é uma putinha deliciosa.
Amanda observava para a figura de Evan sentado, no escuro. Por um momento poderia jurar ter visto um brilho avermelhado no olhar dele, que acompanhava as duas.
-Quero ver seu corpo. Que tal tirar essa roupa? - propôs Claudia.
A mulher foi se despindo, lentamente, num ritual que já conhecia bem. Ela gostava de tirar a roupa, desde a infância. E o melhor: SABIA tirar a roupa. Ser uma puta profissional parecia estar no sangue desde muito cedo!
Evan estava imóvel no seu banquinho, que aliás, era feito especialmente para isso. Nunca negou a excitação que sentia quando via sua parceira com outro. Já perdera a conta de quantos homens e mulheres dividiram a cama com sua Claudia.
"Pedaços de carne" - ele pensou.
Claudia agora cobria seu corpo apenas com o fino lençol de cetim e uma calcinha. Abraçava Amanda com uma volúpia sem igual. Evan imaginava como sua amada estava louca para pregar os dentes naquela putinha macia!
-Ele nunca participa? - perguntou Amanda, de repente.
-Às vezes. Mas gosta muito de observar. - respondeu Claudia.
-Queria ele aqui também, sabia? Nessa cama conosco, me alisando, mexendo em minhas carnes, me bolinando... - Amanda sabia quando mexer com os ânimos dos clientes.
"Patética" - pensou o homem, concentrado.
-Ele não vem. Mas garanto que não gostaria dele. Como eu poderia definí-lo? Muito animalesco para você, acho.
Amanda sorriu maliciosamente para Emily, e desceu a boca até os seios dela.
-Eu gosto de ser machucada de vez em quando. Chame seu marido.
A vampira olhou em silêncio para Victor, e ele negou com um gesto frio.
-Esqueça-o, querida. Vamos, morda meus seios, brinque com eles.
Amanda fechou os olhos, e colocou o seio dela na boca. A carne era estranha, tinha uma textura esquisita. Seria uma prótese? Siliconada? Esqueceu as dúvidas, e pensou em trabalhar. Mordia um seio e dedilhava o outro, com leves beliscadas no mamilo.
Claudia arqueava o corpo, controlando uma fome enorme. Queria cravar logo os dentes naquela mulher, mas queria também aproveitar um pouco dela.
A profissional desceu a boca, correndo a língua pela barriga, até alcançar as coxas, e a virilha. Claudia abriu as pernas instintivamente, e aceitou o beijo que ela dava em sua intimidade. Jogou a cabeça para trás em êxtase, e começou a puxar os cabelos de Amanda.
Victor não esboçava reação alguma. Na verdade, parecia entediado. Achava que precisava ver aquilo mas agora sabia que não era mais suficiente. Precisava de coisas mais excitantes. Levantou-se e saiu da suíte.Amanda ouviu apenas a porta abrir e fechar. Quis levantar a cabeça para ver, mas a mão de Emily forçou sua cabeça.
-Continue, putinha.
Aquilo foi um comando. Amanda, de repente, só queria continuar chupando, lambendo e beijando a intimidade daquela mulher.
-Que língua gostosa que você tem, e rápida também. Gosto de línguas rápidas.
Amanda lambia muito. Não gostava daquilo, mas já estranhava o fato da mulher não molhar sua boca. Nem sinal da lubrificação natural de mulher excitada. Amanda lambia as carnes mais profundas de Claudia, chupava, puxava por ela entre os dentes, e nada acontecia.
"Mas ela parece tão excitada!" - pensou.
Mas os sintomas não apareciam. Amanda não sentia as contrações, o líquido vaginal escorrer, nem o corpo da estranha tremia... nada.
-Acho que vou arrancar sua língua. Eu a quero para mim.
Amanda se assustou pela maneira como ela falou aquilo. De repente, temeu não voltar para casa, não encontrar sua menininha nem seu filhão. Nem voltar para seu marido, tão fiel e que nunca perguntava nada. Tentou erguer-se.
-Nem pense em parar...
Amanda sentiu-se mal. Percebeu que não tinha escolha. Continuou a lamber a vampira, mas agora de maneira fria, sem vontade. Tinha medo de enfurecê-la, mas simplesmente não podia continuar.
-Esse celular é seu?
Amanda entrou em pânico, e levantou a cabeça.
-Não faça isso... - choramingou.
-Você não está trabalhando direito. Seu marido pode ficar desapontado.
O mundo de Amanda desabou. Ela não sabia se chorava, ou se tentava ficar indiferente.
-Ele está em casa agora, não é? Cuidando das crianças, não é Amanda?
A mulher desabou a chorar, sabia que estava perdida. Ela sabia de tudo... Chorava convulsivamente.
-Que tal continuar? Sabe, é uma carícia preciosa. Eu gosto de ser lambida...
Amanda abaixou-se obedientemente, mas não sabia exatamente o porquê. Quando encostou os lábios novamente na mulher, percebeu o que ela era enfim. A carne era gelada, arroxeada, e cheirava à morte! Ela tentou afastar-se de Claudia.
A vampira soltou uma sonora gargalhada, ainda segurando o celular. E Evan voltou à suíte, quando percebeu o que acontecia. Será que Claudia enfim tinha arranjado uma diversão?
-Querido, cuide de nossa convidada sim? Eu preciso fazer uma ligação!
Evanr agarrou a profissional com violência. Colocou a mão na boca dela, e sorriu. Claudia discou um número no celular, e aguardou.
-Olá? Quem está falando? Paul? Eu quero falar com o marido da Amanda...
Cindy choramingava baixinho. Soluçava.
-Ah, é você mesmo? Eu sou uma amiga dela. Queria te perguntar uma coisa. Você sabe onde ela está agora? Não? Ah, ela está aqui comigo. Sim. Fazendo o quê? Você realmente não sabe?
Evan começou a alisar Amanda, apertava o seio dela com a mão livre.
-Meu parceiro está alisando ela agora. Sabe, pagamos pelo serviço dela. Ela é uma prostituta de luxo. Gostamos dela. Paul? Não acredita? Uma prova? Ela está nua aqui, sendo bolinada pelo meu parceiro. Sabia que ela pediu por isso?Amanda é muito safada. Sabe o nome que ela usa quando está trabalhando? Cybele, um lindo apelido, não?
Victor desceu a mão pelas coxas da mulher, e apertava...
-Cybele tem uma tatuagem interessante, perto do umbigo. Ah, você começa a acreditar. Sabe que ela está usando uma calcinha super especial hoje? Sabe qual é não? Aquela preta, minúscula, é mesmo muito provocante essa sua esposinha...
Amanda estava dominada. Nem sabia o que fazer. Sentia as mãos do vampiro percorrendo seu corpo, e o hálito dele na sua nuca. E quase podia sentir a angústia de seu marido Paul do outro lado da linha.
-Ops! Acho que você não gostaria de saber onde está o dedo de meu parceiro agora. Ele gosta de, digamos, provar o que vai comer antes. Que comparação infame, me desculpe! Como? Ainda não acredita? Quer ouví-la? Simples, basta não desligar o telefone. Eu vou deixar que ouça. Quer mesmo? Bom, é uma escolha sua!
Victor tirou os dedos de dentro de Cindy, e lambeu com prazer... Depois a colocou na cama, ainda com a mão tapando sua boca. Com um gesto rápido, tirou a própria calça e deitou-se por cima da mulher. Movia-se de um lado para outro até que conseguiu encaixar-se nela.
Porém, Amanda não estava devidamente lubrificada. Estava com medo, acuada, toda contraída, e o vampiro não conseguia penetrá-la.
Paul, o marido, aguardava na linha. Só ouvia o silêncio do outro lado. Estava achando que acordaria daquele pesadelo. Sabia que sua esposa guardava um segredo, mas não queria que fosse esse... "Uma prostituta!" Então ouviu enfim a voz de Evan:
-Vou te arrombar, putinha. E você vai acabar gostando!
-Paul, está ouvindo? Meu parceiro está começando a brincar com sua esposa!
Amanda sentia o vampiro em cima dela, pesado, forçando uma entrada. Estava sendo dolorido mesmo, e ela resolveu ceder antes que se machucasse mais ainda. Pensava, ou tentava pensar, em Paul.
-Oh, ela é bem quentinha! Ops! Estou sem camisinha! - zombou Evan.
Claudia sorriu e deu um tapa no bumbum de seu vampiro. Gostava demais dele, e dessa selvageria. Ouvia atentamente o celular, mas Paul não dizia nada. Não tinha reação alguma.
-Seu marido está na escuta, Amanda, vai, aproveita. Sei que você está gostando. Não? Eu estou! É muito gostosa, por isso cobra tão caro... Claudia! Diga ao coitado do marido que eu paguei até o último centavo! E está valendo muito à pena!
-Paul? Ainda está aí? Está ouvindo esses gemidos baixinhos? É sua mulherzinha. Ela está sendo penetrada. E está colaborando. Meu parceiro está por trás dela, enfiando e tirando. Nossa. Está muito bom isso... Paul?
Silêncio.
-Vai me dizer que o filho da puta do seu marido também está gostando? - gritou Evan.
Amanda não sabia mais o que estava sentindo. O vampiro machucava, a penetração estava sendo difícil, mas nada doía tanto quanto aquela humilhação toda.
-Paul? Ele está apertando o bumbum dela. Parece gostar disso. Ela deixava você apertar tanto assim? Ei, fala comigo. Quer que eu desligue?
Paul sinceramente não sabia o que dizer. Queria escutar o que estava acontecendo do outro lado, mas era doentio demais. O pior era não saber se sua esposa estava gostando daquilo ou não...
-Vem, putinha, agora você vai ficar de quatro. Apóie-se aqui. Vou deixar sua boca livre... Aposto que você quer gritar, né? Pode gritar a vontade. Nada e nem ninguém, pode te ajudar!
Claudia olhava com enorme interesse no casal. Por um minuto sentiu uma pontinha de ciúmes pela maneira como Evan tratava a tal putinha, mas o bizarro da situação a agradava!
-Paul? Me ajude, por favor! - gritou Amanda.
-Sim, Paul! Faça alguma coisa! Logo vou colocar algo na sua boca e ela não poderá gritar mais!
Uma lágrima escorreu pelo rosto do marido. Ele ouviu pela primeira vez a voz dela. Teve certeza enfim, mas... não sabia o que fazer!
Claudia soltou o celular ligado na cama, e foi para a orgia também. Lambia as costas de Amanda, enquanto seu parceiro penetrava furiosamente a mulher. Paul ouvia a tudo em silêncio. Um ruído perturbador parecia mais alto que os outros. Era a vampira. Deitou-se por debaixo de Amanda, e começou a mamar nos seios dela. Sugava com força até que o sangue começou a brotar também...
-OH, Meu Deus! Paul! Socorro! Estou sangrando!!!!
Evan enlouqueceu de tesão. Segurou os cabelos de Amanda e começou a puxar. Puxava com toda a força que tinha. A mulher arqueava as costas ao máximo, enquanto era devorada por Claudia. A vampira mordia com força, e rasgava os mamilos da mulher. Amanda involuntariamente estava à beira de um orgasmo selvagem, inconsciente, mas poderoso.
Não conseguia mais falar, nem gritar por socorro. Era forte demais o que estava sentindo. Um misto de ser dominada ao extremo, ser violentada e devorada. O medo, tudo a deixava mais excitada.
-Vamos putinha... Goza, se solta!
Paul continuava mudo. Sabia que algo estava para acontecer. O barulho de sua esposa sendo sugada pela vampira, somado às batidas secas do corpo do vampiro nas nádegas dela estavam lhe deixando maluco!
Até que enfim aconteceu. Amanda soltou um grito, e gozou como nunca antes. Um orgasmo exagerado, explosivo. Ela se contorceu toda, também banhada de suor...
-Nossa, Claudia, olha como ela gozou! Me deixou todo molhado! Olha o meu cacete! - disse o vampiro, retirando seu membro de dentro da mulher. Claudia não estava ouvindo. Continuava a sugar os seios de Amanda. Saía muito sangue, os lençóis já completamente tingidos.
-Ei Paul! Sua esposa é fantástica! Duvido que ela tenha gozado assim com você, cara! Como ela é gostosa!! - gritou Evan no celular.
(CLICK)
-O filho da puta desligou!
Amanda estava quase desmaiando. Quando ouviu que seu marido tinha desligado o celular, sentiu que seu último elo com o mundo havia se quebrado. Estava condenada.
Evan soltou seu quadril, ela caiu pesadamente por cima da vampira. Percebeu quando Claudia saiu debaixo dela, e a deitou estirada na cama. A vampira voltou a atacar os seios, e já tinha a boca toda pintada de sangue.
Antes de morrer, Amanda ainda viu Evan beijar Claudia, trocando lambidas vermelhas. Depois ele abriu suas pernas, e mordeu com força os lábios vaginais. Foi a última coisa que ela sentiu...
As crianças acordaram com a agitação na sala, e foram ver o que era.
-Papai?
-Sim, meus filhos?
-Para que essas malas? Vamos viajar?
Paul sabia, de alguma maneira, que sua esposa estava morta, e que ele seria o próximo. Infelizmente nem daria tempo de enterrá-la. Precisava sair da cidade!
-Sim, filhinha, nós vamos viajar!
-E a mamãe?
-Eu explico no caminho, crianças.
-Quer dizer que ela não trará meus doces?
Paul suspirou, e sentiu vontade de chorar, mas respondeu.
-Não, minha pequena Cindy. No caminho prometo que compro seus doces.
Dizendo isso, pegou seus filhos e saiu da casa. Pegou a estrada e deixou para trás a cidade amaldiçoada que você pisa agora...

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